30 de novembro de 2021

Pílula contra o Covid-19: como funcionam os medicamentos que são as grandes apostas do mercado

Pílula contra o Covid-19: como funcionam os medicamentos que são as grandes apostas do mercado

Uma pílula experimental para tratar o Covid-19 está sendo desenvolvida pela Pfizer. A promessa é de redução em 89% o risco de hospitalização ou morte em adultos vulneráveis, segundo dados preliminares dos resultados de ensaios clínicos.
O anúncio da Pfizer foi feito um dia depois de o órgão regulador de medicamentos do Reino Unido aprovar um tratamento semelhante, o comprimido molnupiravir, da farmacêutica americana Merck Sharp and Dohme (MSD).

 
O Reino Unido já encomendou 250 mil ciclos do novo tratamento da Pfizer, assim como 480 mil ciclos do molnupiravir, da MSD.


O medicamento da Pfizer, conhecido como inibidor de protease, é desenvolvido para bloquear uma enzima que o vírus precisa para se multiplicar. Quando tomado junto com uma dose baixa de outro comprimido antiviral chamado ritonavir, permanece no corpo por mais tempo. Três comprimidos devem ser tomados duas vezes ao dia durante cinco dias.


 
O tratamento combinado funciona de maneira ligeiramente diferente da pílula da MSD, que introduz erros no código genético do vírus.
 


A Pfizer afirmou que planeja enviar os resultados dos testes provisórios do comprimido ao órgão regulador de medicamentos dos EUA, o Food and Drug Administration (FDA), como parte da solicitação para seu uso emergencial, aberta em outubro último.
 


O CEO da empresa, Albert Bourla, disse que a pílula tem "o potencial de salvar a vida dos pacientes, reduzir a gravidade das infecções por Covid-19 e eliminar até nove em cada dez hospitalizações".
 


Até o momento, as vacinas contra o Covid-19 são vistas como a melhor forma de controlar a pandemia, mas também há uma demanda por tratamentos que podem ser feitos em casa, especialmente para pessoas vulneráveis ​​infectadas.
Dados provisórios do ensaio clínico do tratamento com 1.219 pacientes de alto risco infectados recentemente com Covid-19 mostraram que 0,8% dos que tomaram Paxlovid foram hospitalizados, em comparação com 7% dos pacientes que receberam placebo.
 


Eles foram tratados dentro de três dias após o início dos sintomas da doença.


Foram registradas sete mortes entre aqueles que receberam o placebo e nenhuma no grupo que tomou a pílula.
 

Quando o tratamento começou dentro de cinco dias após o aparecimento dos sintomas, 1% do grupo que tomou Paxlovid acabou internado, mas nenhum óbito foi registrado. Já no grupo placebo, 6,7% dos pacientes foram hospitalizados e dez mortes contabilizadas.
 


Os pacientes que participaram do estudo, que ainda não foi publicado ou revisado, eram idosos ou apresentavam um problema de saúde subjacente que os colocava em maior risco de desenvolver a forma grave de Covid-19. Todos eles apresentavam sintomas leves a moderados da doença.


 
"O sucesso desses antivirais marcam potencialmente uma nova era em nossa capacidade de prevenir as consequências graves da infecção por SARS-CoV2, e também é um elemento vital para o tratamento de pessoas clinicamente vulneráveis ​​que podem ser incapazes de receber ou responder às vacinas", afirmou o professor associado da Escola de Medicina da Universidade de Leeds, no Reino Unido, Stephen Griffin.


 
A Pfizer também está estudando o impacto do tratamento em pessoas com baixo risco de contrair a doença e naquelas que já foram expostas ao vírus por alguém de sua residência.
Opção da MSD



O medicamento, chamado Paxlovid, deve ser usado logo após o aparecimento dos sintomas em pessoas com alto risco de desenvolver a forma grave da doença.
 


O comprimido molnupiravir da MSD deverá ser administrado duas vezes ao dia a pacientes vulneráveis recentemente diagnosticados com a doença.
 


Em testes clínicos, a pílula, originalmente desenvolvida para tratar a gripe, reduziu o risco de hospitalização ou morte pela metade.


 
O secretário de Saúde britânico, Sajid Javid, disse que o tratamento foi "um divisor de águas" para os mais frágeis e imunossuprimidos.
 


Inicialmente, será administrado a pacientes vacinados e não vacinados por meio de um estudo nacional, com dados extras sobre sua eficácia coletados antes de novas aquisições.
 


O medicamento deve ser administrado dentro de cinco dias após o desenvolvimento dos sintomas para ser mais eficaz.


 
O novo tratamento tem como alvo uma enzima que o vírus usa para fazer cópias de si mesmo, introduzindo erros em seu código genético. Isso pode impedir que ele se multiplique, mantendo assim os níveis do vírus baixos no corpo e reduzindo a gravidade da doença.
 


A MSD disse que essa abordagem deve tornar o tratamento igualmente eficaz contra novas variantes do vírus à medida que ele evolui no futuro.



O regulador do Reino Unido, o MHRA, disse que o comprimido foi autorizado para uso em pessoas com Covid-19 leve a moderado e pelo menos um fator de risco para o desenvolvimento de doenças graves, como obesidade, idade avançada, diabetes ou doenças cardíacas.
 


Ensaios clínicos anteriores de molnupiravir em 775 pacientes que contraíram Covid-19 recentemente descobriram:


- Dos 7,3% que receberam o medicamento foram hospitalizados comparados com 14,1% dos pacientes que receberam um placebo ou pílula fictícia;



- Não houve mortes no grupo do molnupiravir, mas oito pacientes que receberam um placebo no estudo morreram posteriormente de Covid-19.
 


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Fonte: bbc.com


Crédito da imagem: iStock.com/janiecbros

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