Receber os insumos necessários no momento certo é primordial para um bom funcionamento dos hospitais, mas em meio a uma pandemia, tal fator é ainda mais relevante, já que não houve tempo de planejar-se.
 
Com a alta demanda de internações e urgências nos hospitais em todo território nacional, os desafios para manter o andamento de toda cadeia logística, desde a saída do produto do fabricante, armazenamento, adequação, até a chegada aos hospitais e consequentemente aos pacientes, se tornaram maiores.
 
Segundo Danilo Magri, sócio proprietário do operador logístico LogMed, a logística na área de saúde é cada vez mais complexa e exigente. A covid-19 só evidenciou ainda mais a necessidade de planejamento, melhoria, evolução, qualificação e inovação para dar conta de suprir o aumento da demanda e as mudanças do setor.
 
Danilo também comenta que, quando o assunto é saúde, a gestão eficiente da cadeia logística significa muito mais do que transportar, estocar e gerenciar equipamentos e produtos médico-hospitalares. Ela pode salvar a vida de milhares de pessoas que estão hospitalizadas aguardando um atendimento ou procedimento de emergência.
 
“A logística hospitalar é extremamente customizada e exigente. Há 10 anos, para se ter uma ideia, as licenças básicas de funcionamento e da Anvisa para se operar eram diferenciais competitivos. De cinco anos para cá, avançamos rapidamente por uma fase de consolidação estrutural com galpões e frotas adaptadas, para uma entrega em 24h nas principais regiões do país, tecnologia de rastreamento e informação de entrega em tempo real. E neste momento surge uma nova tendência, em que a LogMed já está atuando, que é o serviço integrado de atendimento a cirurgias em toda a cadeia logística, com atuação também no customer service auxiliando na cotação, elaboração de pedidos, aprovação em convênios e faturamento dos clientes”, acrescenta. 
 
Relevância do planejamento entre toda a cadeia
O sócio proprietário do operador logístico LogMed afirma que ​o planejamento entre fabricante e/ou distribuidor, operador logístico e hospital é fundamental. Muitas vezes o item a ser entregue está destinado a uma cirurgia que já está agendada ou até mesmo acontecendo. Qualquer falha pode acarretar em complicações na agenda do centro cirúrgico, ocasionando atrasos e prejuízo financeiro e, no pior cenário, a saúde do paciente envolvido.
 
“Em tempos de pandemia o desafio aumenta, pois o número de fretes aéreos diminuiu cerca de 65%, dificultando a capilaridade de entregas rápidas e toda a cadeia hospitalar está voltada ao tratamento da covid-19, acarretando em menor disponibilidade de agenda e estoque nos fabricantes e hospitais para outros produtos e medicamentos das demais enfermidades”, alerta. 
 
Hospitais: como gerenciar os insumos pensando em possíveis crises?
Como não é possível prevenir crises, Danilo recomenda ter uma boa gestão e um bom software que passe dados precisos do consumo médio de seu hospital para cada SKU e sua disponibilidade em estoque, e que esta informação chegue de maneira correta aos fornecedores e operadores logísticos. 
 
“Dessa forma, é possível criar uma cadeia de abastecimento dos materiais com datas definidas e gerenciar entregas de urgência para àqueles produtos relacionados a traumas ou emergências médicas”, reforça.
 
Tendências do setor
A tendência iniciada pelas empresas de e-commerce, com entregas até mesmo no dia da compra, deve refletir na logística hospitalar, que precisará estar preparada para atender prazos ainda mais curtos sem que isso se torne um frete urgente, conforme alerta Danilo.
 
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Crédito da imagem: ronstik - iStock.